Interpretação da diretriz da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) “Epilepsia e Trabalho: Rastreamento” utilizando a razão de verossimilhança

Autores: Cortes Fernandes Francisco, Anastácio Dias João

Resumen

Contexto: O conhecimento e a utilização de metodologias de epidemiologia clínica no cenário atual da prática da medicina do trabalho pode ser um diferencial importante para o profissional que atua no setor. Frequentemente, o médico solicita testes ou encontrase diante de resultados de exames, devendo decidir sobre a validade ou não de um diagnóstico realizado por colegas, muitas vezes, de outras especialidades. O eletroencefalograma (EEG) é um desses exemplos. A Associação Nacional de Medicina do Trabalho/Associação Médica Brasileira (ANAMT/AMB) publicou, em 2016, a diretriz “Epilepsia e Trabalho”, visando orientar seus associados. Nessa diretriz não recomenda a utilização do eletroencefalograma no rastreamento da epilepsia. Objetivos: O presente artigo pretende discutir a utilização da razão de verossimilhança (RV) na avaliação clínica de exames médicos, notadamente no EEG, objetivando comparar os resultados obtidos com essa metodologia da medicina baseada em evidências. Métodos: Inicialmente, realizou-se uma busca bibliográfica em relação à RV na literatura clássica da medicina baseada em evidência. Posteriormente, fez-se a leitura da diretriz e das referências bibliográficas nela citadas, retirando os elementos importantes para o cálculo da RV. Após calcular a RV, realizou-se a comparação dos resultados. Resultados: Foram obtidas RV entre 2,36 e 43,5% dependendo da metodologia de realização do EEG (inicial ou sequencial). Conclusões: O EEG não mostrou ser importante no rastreamento da epilepsia, sempre tendo valor menor do que a percentagem de falso-positivos, mesmo nos casos em que se considera a especificidade de 98,0%, corroborando as recomendações da diretriz.

Palabras clave: Epilepsia rastreamento eletroencefalografia estatísticas de assistência médica.

2017-06-23   |   496 visitas   |   Evalua este artículo 0 valoraciones

Vol. 15 Núm.2. Abril-Junio 2017 Pags. 164-172 Revista Bras. Med. Trab. 2017; 15(2)